João Diogo Manteigas, um dos candidatos à presidência do Benfica, abordou questões delicadas em relação ao futuro do clube.
Em entrevista ao jornal A Bola, o advogado expressou a sua posição clara sobre a não renovação dos contratos de Ángel Di María e Nicolás Otamendi, cujas ligações ao clube terminam no final da temporada. Manteigas defendeu ainda um modelo de gestão mais centrado na valorização e retenção de jovens da formação, criticando a prática constante de vender talentos para equilibrar as finanças.
❌ Sem renovação para Di María e Otamendi
Quando questionado sobre a continuidade dos dois veteranos argentinos, Manteigas não hesitou:
“De momento, não. Não renovaria nem com um nem com o outro. Pelo que a formação do Benfica precisa e também pela condição física dos jogadores, especialmente Di María. Além disso, há também uma questão económica envolvida.”
Apesar da relevância de ambos na equipa e no ambiente do balneário, o candidato acredita que o Benfica deve dar mais atenção ao desenvolvimento de jovens e evitar grandes investimentos em jogadores mais velhos.
🔄 Menos vendas, mais foco na retenção de talentos
Manteigas criticou a dependência do Benfica das vendas de jogadores para manter a saúde financeira do clube, defendendo uma abordagem mais voltada para a retenção dos melhores talentos:
“O Benfica tem se tornado excessivamente dependente das vendas de jogadores. A minha intenção é eliminar essa dependência. O modelo financeiro não está falido, mas precisamos de segurar mais jogadores a longo prazo.”
Para ilustrar sua visão, Manteigas apontou o caso de João Neves, sugerindo que o médio deveria permanecer no clube por pelo menos três temporadas antes de ser transferido:
“Não podemos vender um João Neves apenas para solucionar problemas financeiros. Ele tem que passar no mínimo três anos no clube, ganhar títulos, e só depois, se for o caso, ser vendido por um grande valor.”
⚠️ Preocupações com a saúde financeira do clube
Manteigas também expressou sérias preocupações sobre a atual situação financeira do Benfica. O candidato alertou para as elevadas taxas de juros dos empréstimos obrigacionistas e enfatizou que, se a dependência das vendas continuar, o clube poderá enfrentar dificuldades financeiras graves no futuro.
“Se não começarmos a pagar as dívidas agora, a situação vai se arrastar. O Benfica pode acabar por não qualificar-se para a nova Liga dos Campeões, o que poderia agravar a nossa situação financeira. O clube não está a demonstrar capacidade de solvência suficiente.”
Manteigas fez ainda um aviso aos adeptos que priorizam títulos em detrimento da sustentabilidade financeira:
“É preciso acabar com a ideia de que, se ganharmos, tudo está bem. O verdadeiro problema surge quando, no futuro, não tivermos condições para continuar a ganhar.”
🔥 Mudança de direção ou visão radical?
As palavras de João Diogo Manteigas levantam questões cruciais sobre o futuro do Benfica. Os sócios do clube estarão dispostos a apoiar uma mudança tão radical na abordagem desportiva e financeira? E será que a não renovação de duas figuras centrais da equipa é uma decisão viável para o sucesso do clube a longo prazo?